1ª Festa da Linguiça: Sapezeiro ganha festa e mantem tradição

O alimento, que começou a ser vendido no antigo armazém da família Martignago, atualmente é o produto mais consumido nos restaurantes do bairro rural Santo Antonio do Sapezeiro e é ele também que intitula o evento que agitará Santa Bárbara d’Oeste neste fim de semana. A “1ª Festa da Linguiça” começa hoje e segue até amanhã, no largo da Capela Santo Antônio.

 

Idealizada pela Secretaria de Cultura e Turismo, os comerciantes do bairro, Ney Martignago (Rancho da Linguiça), Cleiton Martim (Restaurante Santo Antonio) e Guitão Weissinger (Rancho do Guitão) são os responsáveis pela parte gastronômica e os preparativos dos alimentos começaram com antecedência.

 

Ontem, os 500 quilos de cuscuz de linguiça eram finalizados. Também foram preparadas três toneladas de linguiça, tradicional e apimentada, para as porções e lanches, duas toneladas entre mandioca, batata frita e polenta, 400 quilos de torresmo e oito mil espetos (carne, frango e lingüiça), tudo feito em conjunto, além de doces, sorvetes, pipoca, algodão doce e bebidas.  

 

“É uma experiência ótima e a primeira festa servirá de experiência. Nasci e fui criado aqui e sempre trabalhei com meu pai”, disse o proprietário do Rancho da Linguiça, estabelecimento criado há mais de 25 anos, Sidnei José Martignago.

 

Onde foi o armazém da família Martignago, hoje é outro restaurante. Administrado por Cleiton Martim (Restaurante Santo Antonio), ele também contribuiu para o evento. “Esperamos que muita gente venha para a Festa da Linguiça e que a gente consiga atender bem a todos. Somente por parte dos comerciantes são 70 pessoas trabalhando neste fim de semana”, comentou. 

 

Se a parte da alimentação ficou a cargo dos comerciantes, a estrutura é preparada pela Administração Municipal. A montagem das barracas teve inicio na quarta-feira e ontem o palco era finalizado para receber as atrações destacando hoje a dupla Craveiro e Cravinho e amanhã, Lourenço e Lourival.

 

A programação da festa tem início hoje, às 12h, com show de Marcelo e Fabiano. Posteriormente se apresentam Souzinha e Norberto, Orquestra de Violeiros de Americana, Rodrigo e Valdenir, e, às 20h, a dupla Craveiro e Cravinho encerra o primeiro dia de apresentações.

 

Amanhã, às 9h, a missa abre a programação e na sequencia, as apresentações da Orquestra Barbarense de Violas, Boby e Ercão, Marcus e Goiano, Guaíra e Guaíba e Lourenço e Lourival, subindo ao palco às 17h.

 

“Nossa expectativa é reunir 10 mil pessoas em dois dias de evento. Uma festa familiar com a tradição do bairro e do alimento artesanal produzido no Santo Antonio”, comentou o secretário de Cultura e Turismo, Eide Froner.

 

Para festa, trecho da estrada vicinal Vereador Saulo Fornazin, em frente a Capela Santo Antonio, será interditado.

 

História

 

O bairro Santo Antonio do Sapezeiro localiza-se na Zona Sul de Santa Bárbara d´Oeste, à direita da Rodovia Américo Emílio Romi, no sentido Capivari. O acesso se dá pela estrada vicinal Vereador Saulo Fornazin por meio da qual se chega ao bairro. Sua distância do centro da cidade é de cerca de 10 km e é um dos bairros mais antigos do município, iniciado a partir da construção da primeira capela de Santo Antônio, em 1905.


No início do século XX, Francisco Antônio de Godoy e sua esposa Ana Murbach transferiram residência da área central da cidade para seu sítio e instalaram o primeiro armazém de secos e molhados, com bar, dando início ao comércio na localidade, bem como doaram uma área de terra para a construção de uma capela dedicada ao santo de devoção de Ana, que faleceu em 1904.


Com a construção de sua primeira capela de barrote e coberta de sapé, em 1905, a localidade foi batizada de Santo Antônio. Sapezeiro veio por causa da planta muito comum naquela localidade. A Capela de Santo Antônio motivou a construção de casarios ao seu redor e o bairro começou a crescer em população. Com o passar dos anos, a capela ficou pequena e houve a necessidade de sua ampliação.


Após a doação de mais um pedaço de terra pela família Godoy, a capela foi reconstruída, em 1915, em alvenaria. Em 1935, uma nova capela foi construída, maior, e com a colaboração da Usina Santa Bárbara, que fez a doação dos tijolos, levados pela via férrea “O Trenzinho da Usina”.