Depois de 14 horas de paralisação do transporte público em Santa Bárbara d’Oeste, o impasse foi resolvido e as linhas voltaram a funcionar normalmente, desde a manhã de ontem. No período da manhã, muitos usuários ainda temiam a paralisação e reclamaram da falta de transporte na segunda-feira.

Com a greve dos 150 funcionários da Sertran/Nova Via mais de 8 mil usuários do transporte coletivo urbano de Santa Bárbara d’Oeste ficaram sem o serviço durante toda a segunda-feira. Mesmo sabendo da greve a usuário Claudinéia de Souza Celestina reclamou da falta de transporte. “A população sempre acaba prejudicada, mesmo eles exigindo seus direitos, ninguém se preocupou com o nosso trabalho”, disse.

Devido a paralisação, um acordo foi selado entre os trabalhadores e a empresa responsável pelo serviço após a quitação da primeira parcela do 13º salário. O pagamento era uma das principais reivindicações da categoria.  Outras queixas da classe eram referentes às condições de trabalho, como a necessidade de uniformes novos e melhorias dos banheiros usados pelos trabalhadores.

A diarista Ana Rita Matos acordou mais cedo com medo da paralisação. “Cheguei uma hora mais cedo no trabalho, pois acordei cedinho com receio de não ter ônibus e ter que ir trabalhar a pé. Agora no almoço já posso voltar pra casa tranquila”, disse a moradora do Cidade Nova.

O operador de máquinas Juarez Cardoso também destacou a falta de responsabilidade do Município. “Pra quem mora em bairros distantes fica complicado ter que trabalhar. É sempre complicado depender de transporte público, por que além de atraso, ônibus quebrado, a população ainda tem que suportar greve”, afirma.

O serviço foi restabelecido por volta das 19h30. A possibilidade de paralisação foi anunciada na semana passada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Americana e Região, por causa do descumprimento dos diretos trabalhistas pela empresa e por melhorias nas condições de trabalho.

Segundo o presidente do Sindicato, Paulo Sérgio da Silva, o Paulinho, a Sertran propôs pagar o 13° salário dos funcionários em quatro parcelas. A proposta não foi aceita. Outros problemas pendentes motivaram a greve, como a cessão de uniformes usados aos funcionários, sanitários sem higiene e casos de assédio moral na empresa. 

A empresa disse que está atenta às suas obrigações e ainda lembra que iniciou a operação em Santa Bárbara d\'Oeste a menos de um ano e se ocorreu a falta de uniforme, foi devido à rotatividade de funcionários. Sobre o parcelamento do 13° salário, afirmou a empresa que fez uma consulta ao sindicato, mas não disse que faria o pagamento dessa forma. “A consulta feita ao sindicato dos condutores do possível parcelamento do 13° salário, foi interpretada equivocadamente como um aviso feito pela Sertran”, informou.