Câncer é a segunda causa de morte no Brasil, aponta Rede Feminina

Em alusão ao Dia Mundial da Saúde e o Dia Mundial do Combate ao Câncer, celebrados nos dias 7 e 8 de abril, respectivamente, a Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) utilizou a Tribuna da Câmara barbarense, na última terça-feira(11), antes início da apreciação da pauta de votação. A superintendente da entidade, Carla Eliana Bueno,  falou das principais ações da  instituição, apresentou informações e números sobre  o câncer , que é a segunda causa de morte no Brasil, e destacou que a doença é uma questão de saúde pública. Além disso, lembrou que essas datas no  mundo e no Brasil que de uma forma ou outra foca o câncer,  chama a atenção de todas as nações sobre a importância da discussão sobre a doença, a fim de se fomentar e instituir políticas de prevenção.

 

Há 44 anos, a Rede Feminina de Combate ao Câncer atua em Santa Bárbara d´Oeste, beneficiando portadores de câncer homens e mulheres, adultos e crianças e seus familiares.  “Estamos há 44 anos na causa do câncer e sabemos, mais do que nunca, que a luta contra o câncer é diária e será constante”, disse Carla. 


Em relação a números apontou que são mais de 12 milhões de casos de câncer anualmente em todo mundo, causando mais de 8 milhões de mortes. No Brasil, a doença  representa a segunda causa de morte, atrás apenas das doenças do coração. São 600 mil  novos casos no Brasil e mais de 200 mil casos de óbitos. “A tendência é de crescimento, principalmente, em decorrência do aumento populacional e do alto índice da expectativa de vida”, mencionou a superintendente. 


E segue: “Sabemos que muitos pacientes ainda são encaminhados aos centros de tratamento com doenças em estágio avançado, o que se deve a fatores como: a desinformação, o medo do diagnóstico de câncer (podendo levar à negação dos sintomas); dificuldades em acesso a assistência médica e exames específicos”, falou. 


Nºs  da entidade 

Em 2016, foram realizados mais de 5 mil atendimentos pela equipe interdisciplinar da Rede Feminina, sendo 660 desses de forma domiciliar, oferecendo apoio de Assistência Social, Emocional, Nutricional, Enfermagem, Pedagógico, através de ações psicossociais e socioeducativas.

 

Concederam 774 produtos hospitalares, valorizados a  R$ 3.500,00; 1149 Suplementos Alimentares, valorizados a  R$ 42.000,00, e 6.430 caixas de medicamentos, valorizados a R$ 80 mil. Sem contar as inúmeras cestas básicas, roupas, agasalhos e materiais de limpeza. Os totais de atendimentos estão relacionados no Relatório de Atividades e nas Notas Explicativas do Balanço disponíveis no site da Rede Feminina, na Aba Transparência, para quem deseje acessá-los.  Também foram realizadas  23 palestras nos diversos segmentos da sociedade, três caminhadas, uma corrida, distribuição de 10 mil panfletos sobre Prevenção ao Câncer e cerca de 20 mil pessoas envolvidas de forma direta com essas ações, sem contar 45 participações em rádios, tvs, revistas  e jornais.

 

Para 2017, a Rede Feminina já acolheu 49 novos casos de beneficiários adultos, que somados aos de dezembro de 2016, atendemos hoje 260 pacientes adultos e 32 crianças, homens e mulheres, com todos os tipos de câncer, estágio da doença e condição de vulnerabilidade. 

 

Números, inclusive, desconhecido pelo município, por não haver uma plataforma integrada de informações relacionadas especificamente à doença o que, pensando nisso, e na importância de um mapeamento sistêmico da população com câncer, a Rede Feminina lançou uma pesquisa, que está sendo divulgada e trabalhada em diversos segmentos da cidade, que começou em FEV/2017 e vai até dez/2017, com a intenção de se criar um diagnóstico do município com relação às incidências e as probabilidades de câncer, para que possamos juntos, Poder Público e  Rede Feminina, desenvolver ações mais assertivas relacionadas ao câncer no município. 


De acordo com Carla, o câncer pode causar danos devastadores para famílias inteiras, principalmente quando o chefe da família adoece, sendo ele o provedor da única fonte de renda; o paciente torna-se uma pessoa duramente atingida fisicamente, psicologicamente e socialmente. Aceitar sua nova condição, exige um esforço muito grande para o qual não estão preparados e, para amenizar essa condição, para o próximos mês, a Rede Feminina, em parceria com o Rotary Club Santa Bárbara, estará inaugurando um Centro Social da Rede, com ações socioeducativas a beneficiários e familiares, que auxiliem no enfrentamento das dificuldades decorrentes do diagnóstico até a desfecho da doença, assim como em ações de recuperação da auto-estima e de qualidade de vida.  


Saúde Pública 

A superintendente afirmou que o câncer é um problema de saúde pública. “ Se considerarmos que a maioria dos casos de câncer, cerca de 80%, está relacionada à exposição a fatores de risco de natureza ambiental, como tabagismo, alcoolismo, hábitos alimentares e sexuais, uso de medicamentos, fatores ocupacionais e exposição à radiação, sabemos que o sucesso no enfrentamento do problema do câncer depende da existência de ações em todas as áreas ligadas ao controle da doença: assistência, pesquisa, educação, prevenção, vigilância”.

 

“Todo o trabalho a ser desenvolvido para o controle da doença na cidade deve respeitar as diferenças de incidência e mortalidade. Santa Bárbara tem uma assistência tremenda para câncer de mama, útero, enfim, alguns cânceres na mulher. Estamos falando também daqueles tipos de câncer que a cidade ainda não oferece condições para um diagnóstico precoce. Não tenho dúvida de que forças estão sendo demandadas para que se revertam algumas situações!”. 


“Meu desejo aqui e agora, em alusão ao Dia Mundial do Combate ao Câncer, é que investimentos na área da saúde sejam feitos considerando ações de prevenção e de manutenção da doença mas, principalmente, de prevenção. E que investimentos em outras áreas, como meio ambiente, cultura, esporte, também sejam feitos para o desenvolvimento de ações que tragam uma melhor qualidade de vida a toda a população”, finalizou.