O número de
apreensões de bebidas alcoólicas falsificadas este ano na região chegou a 7.152 garrafas, segundo dados da
Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe). A estimativa da entidade é que a
comercialização desses produtos clandestinos tenha representado uma sonegação
de impostos na casa de R$ 560 mil.
Foram nove ocorrências registradas pela
entidade em 2021 entre janeiro e julho. O ano passado inteiro teve 12 casos e
somou 18.860 garrafas cheias de bebida falsa, com montante estimado em mais de
R$ 1,5 milhão em impostos que deixaram de ser arrecadados. "É muito
dinheiro jogado no lixo", afirma a presidente executiva da Abrabe, Cristiane
Foja.
Além disso, o
consumo representa risco à saúde da população.
"Elas [as bebidas] podem ter outras substâncias, por exemplo
metanol, cobre... O álcool, junto com essas substâncias, pode levar à morte,
precisar de hemodiálise, causar cegueira", explica o médico Tiago Sevá.
O caso mais
recente foi na semana passada. A Polícia Militar encontrou em Campinas duas
casas, no Parque Santa Bárbara e no Jardim Madalena, que falsificavam
bebidas alcoólicas e armazenavam os produtos sem condições de higiene.
A Abrabe faz parte
do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, órgão que integra o Ministério da
Justiça e Segurança Pública. Cristiane explica que é possível verificar alguns
sinais de que a bebida é falsa, e os consumidores devem recusar assim que suspeitarem.
Dicas para não comprara bebida falsa
·
Procurar fazer compras em locais de confiança.
·
Se atentar para preços muito baixos, desconfie se
estiver bem abaixo do que você está acostumado a pagar.
·
Observar a embalagem e procurar o registro do
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
·
No caso dos destilados, procurar o selo do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI). Se não estiver na embalagem, normalmente
perto da tampa, significa que a bebida não foi fiscalizada por autoridades brasileiras.
·
Verifique o lacre. Se estiver violado, a bebida
pode ter sido adulterada.
·
Desconfie do líquido se ele apresentar
micropartículas e sujeiras.
O combate ao
mercado ilegal de bebidas alcoólicas é feito pela associação por meio do
acompanhamento de inquéritos policiais, ações penais e parcerias com Polícia
Federal, Instituto de Criminalística de São Paulo e Receita Federal. A Abrabe
também dá suporte às delegacias regionais na análise de bebidas apreendidas.