Sinpro vai se reunir com o MEC para discutir a possibilidade de venda da Unimep

Os dirigentes do Sinpro (Sindicato dos Professores) em parceria com a CONTEE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino) solicitaram uma audiência com a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação para avaliar para avaliar a possibilidade da venda da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e atual situação dos alunos, professores e funcionários.

 

Conforme notícia divulgada pelo Jornal Valor Econômico, cerca de seis ou sete grupos nacionais e estrangeiros estão analisando a transação e o valor estimado da negociação é de R$ 250 milhões. “A negociação não engloba o patrimônio imobiliário, apenas os alunos e a manutenção (CNPJ) das instituições. O processo está sendo coordenado pela KPMG e encontra-se em fase de diligência. Até meados de setembro os interessados devem enviar suas propostas oficiais”, diz o jornal.

 

A professora Conceição Fornasari, diretora regional do Sinpro informou que já aguarda uma resposta do MEC. “Estamos dialogando com a Unimep e pelo que se percebe essa não é a vontade do reitor, dos professores e funcionários. Por ser uma universidade convencional, religiosa e comunitária, a previsão é de que ela não seja vendida, pois vaio trazer um enorme prejuízo não só para a Unimep, mas para a população”, disse.

 

Grupos internacionais e nacionais, de acordo com a professora, estão se juntando e fazendo aquisições. “Estamos vendo fusões que daqui um tempo os poucos grupos vão dominar todo ensino superior privado. A venda de instituições ligadas à igreja é inédita no país. Temos a católica (PUC), a presbiteriana (Mackenzie) e a metodista (Unimep e outras). A notícia trouxe preocupação, indignação e tristeza, que são sentimentos aliados na medida em que ajudamos a construir o projeto institucional da Unimep”, lamentou.

 

A preocupação do Sinpro, segundo Conceição Fornasari, é com a informação de que são vários grupos interessados e até setembro serão concluídas as negociações. O Sindicato vê com preocupação essa questão e por isso vai buscar as medidas possíveis que deverá tomar. Um reunião foi marcada para a próxima segunda-feira. “Educação não é mercadoria, não é negócio. É direito. Estamos vendo que cada dia mais se torna objeto de lucro”, frisou a professora Conceição. Na sua avaliação, se a negociação acontecer, haverá alteração significativa nos rumos da instituição e vai atingir a qualidade do ensino, os professores, funcionários e os 12 mil alunos.

 

Anteriormente, a Unimep divulgou em nota que suas instituições educacionais já receberam e recebem muitas propostas para aquisições. “Trata-se de um movimento esperado, levando-se em consideração a qualidade e a tradição metodista na Educação, com a dinâmica de segmento que está à busca de expansão a partir de escolas mais renomadas”. Diz ainda que está entre as instituições de ensino superior mais conceituadas do país, sendo a segundo  melhor instituição não-públicas do interior do Estado. Finaliza a nota reafirmando seu compromisso em continuar atuando na educação pautada pela defesa do bem comum, justiça, paz e solidariedade”.