SUS passa a vacinar gestantes contra coqueluche

Grávidas e recém-nascidos ganharam um novo reforço para proteção contra coqueluche. A partir deste mês de novembro, as gestantes têm à disposição a vacina acelular contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa) no Calendário Nacional de Vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou o Ministério da Saúde. Dessa forma,a pasta busca reduzir a incidência e mortalidade causada pela doença entre os recém-nascidos. A vacina dTpa está disponível nos 35 mil postos da rede pública.

 

Em Santa Bárbara d´Oeste, a Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que a vacina dTpa - a vacina contra a difteria, tétano e coqueluche inativada - está disponível nas 12 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para gestantes. A vacina pode ser administrada a partir da 27ª semana de gestação até 20 dias antes do parto. A dTpa pode ser aplicada em qualquer momento durante a gravidez, mas a vacinação mais próxima do parto, durante o 3º trimestre, proporciona a maior concentração de anticorpos maternos para serem transferidos ao feto. A vacina vem para Santa Bárbara especialmente para as gestantes.

 

 Segundo informações da Vigilância Epidemiológica, até o momento foram 15 casos confirmados na cidade de coqueluche. Já no ano passado no mesmo período foram nove casos.

 

Conforme dados do Ministério da Saúde, o esquema de vacinação completo da dupla adulto é de três doses (devendo ser reforçada a cada intervalo de dez anos) podendo ser tomada a partir dos 10 anos de idade. Se a mulher não tomou nenhuma dose da vacina antes de engravidar, é necessário tomar duas doses da dupla adulto, com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a dTpa. Caso a mulher tenha tomado uma dose da dT antes da gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais uma dose da dT e outra da dTpa. Já para as mulheres que se preveniram com duas ou mais doses da dT, recomenda-se a dTpa administrada com apenas uma dose. Mulheres grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada gestação, independente de terem tomado anteriormente.

 

São Paulo

 

O público-alvo para imunização no estado contra acoqueluche é composto por 616,5 mil gestantes e 180 mil trabalhadores de saúde. O Ministério da Saúde repassou para o estado 378,9 mil doses da vacina e, partir de novembro, passará a enviar cota mensal com 63,3 mil unidades da vacina. Em todo o país, a estimativa é imunizar mais de 2,9 milhões de gestantes e 324 mil profissionais da área de saúde. Em São Paulo foram registrados 3.566 casos da doença e 100 mortes, entre 2011 e 2013.

 

 

A doença

 

A coqueluche, segundo o Ministério da Saúde,é uma doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade, causada pela bactériaBordetellapertussis. Suas principais complicações secundárias são a pneumonia, otite média, ativação de tuberculose latente, enfisema pneumotórax, entre outras. O número de casos da doença reduziu de 40 mil notificações nos anos 80, em média, para cerca de 1.500 casos na década de 2000. No entanto, a partir de 2011, houve aumento nos casos da doença em todo o mundo, sobretudo em crianças menores de seis meses, por não terem ainda recebido o esquema completo da vacinação contra a doença.

 

A proteção das crianças para coqueluche é feita com três doses da vacina Pentavalente (DTP, hepatite B e HiB), aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida. Aos 15 meses e aos quatro anos a criança recebe o reforço com a vacina DTP.

 

Entre 2011 e 2013, o Ministério da Saúde registrou 4.921 casos em menores de três meses, 35% de todos os casos do país neste período, que foram 14.128. Essa faixa-etária é ainda mais afetada em relação aos óbitos. No período, foram 204 óbitos, o que representa 81% do total nacional, que foi de 252 mortes.

 

A vacinação de gestantes é aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), recomendada  pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e já está sendo adotada como uma das estratégias para o controle da coqueluche em vários países, como Estados Unidos, Alemanha, França, Holanda, Reino Unido, Austrália, entre outros. Os efeitos adversos são raros e podem incluir reações locais como dor, febre, enrijecimento e vermelhidão no local da administração da vacina. Qualquer evento adverso deve ser notificado imediatamente às autoridades de saúde.

 

A vacinação com a dTpa soma-se a outras medidas já adotadas pelo Ministério da Saúde para reduzir a incidência e mortalidade por coqueluche, entre elas, a revisão do protocolo de tratamento e quimioprofilaxia, com recomendação de uso de antibióticos com mais eficácia, a adoção do tratamento com antibióticos para todas as gestantes no último mês de gestação ou puérperas, que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado e apresentarem tosse por cinco dias ou mais, e dos recém-nascidos.

 

Saiba mais

 

Com a incorporação da dTpa, a rede pública passa a ofertar 17 vacinas de rotina no calendário nacional. O Ministério da Saúde ofertou neste ano três vacinas. Em março deste ano, a vacina contra HPV; em julho a Hepatite A e a, partir deste mês, a imunização contra coqueluche para grávidas.

 

A vacina dTpa gera proteção da mãe para o filho. Além de se proteger, a mãe passa anticorpos para seu filho ainda no período de gestação, garantindo ao bebê imunidade nos primeiros meses de vida até que ele complete o esquema vacinal contra coqueluche, definido pelo calendário básico. A dTpa é a única vacina contracoqueluche que pode ser administrada de maneira segura em adultos. Profissionais de saúde que atuam nas maternidades e UTIs neonatais também receberão a vacina e terão que fazer o reforço a cada 10 anos.