Cielo: Achei que eu nunca mais iria ao pódio em um Mundial

O maior nadador da história do Brasil, único campeão olímpico do país e, até hoje, é o recordista mundial dos 50m e 100m livre. O currículo do barbarense  Cesar Cielo é gigantesco, mas a fase dele não era boa. Desde 2014, quando saiu do Campeonato Mundial em piscina curta (que não tem a mesma importância do de piscina longa) com três ouros e dois bronzes, ele não ia ao pódio em uma grande competição. Passou em branco em 2015, no Mundial de Kazan, e sequer conseguiu a classificação para os Jogos do Rio, cogitando, inclusive, se aposentar. A medalha de prata no revezamento 4x100m do Campeonato Mundial de Budapeste, conquistada no domingo ao lado de Bruno Fratus, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos, foi muito comemorada por Cielo:

- Eu achei que em Doha 2014, na piscina curta, seria a útlima vez que eu subiria no pódio no Mundial. Achei que não nunca mais iria ao pódio em um Mundial. Era a medalha que me faltava na carreira, um pódio em Mundial de longa com o revezamento- disse o atleta tricampeão dos 50m livre (2009/11/13), bi dos 50m borboleta (2011/13) e campeão dos 100m livre (2009).


Campeão olímpico em 2008 e bronze em 2012, Cielo chegou a pensar em encerrar a carreira no fim do ano passado, voltou a treinar em fevereiro após nove meses parado, fez bons tempos em competições nacionais em março,conseguiu a vaga no Mundial durante o Troféu Maria Lenk e entrou no top 10 do ranking mundial dos 50m livre. No torneio nacional, ele chegou a cogitar nem nadar os 100m livre, o que faria com que perdesse a vaga no revezamento:

- Então, para ser sincero, quando a gente nadou o Maria Lenk, nao queria ter entrado nos 100m. Não nado bem essa prova desde 2014, não é desde o ano passado, é desde 2014, faz muito tempo. Não treinava desde 2014. Rolava uma ansiedade por eu não me sentir confortável, não estava no automático a prova. Eu tinha que tirar alguma coisa que fosse manter a gente na briga pelo pódio, e acho que consegui - disse Cielo, que foi o terceiro brasileiro a cair na água na final do Mundial, pegou em segundo e entregou na mesma posição.


Os quatro medalhistas voltam a nadar o Mundial com grandes chances de pódio nas provas individuais. Na quarta-feira, Gabriel e Marcelo nadam as eliminatórias dos 100m livre. Na sexta-feira, é a vez de Cielo e Bruno entrarem para os 50m livre.


PRATA

Nicholas Santos, de 37 anos, tinha idade para ser pai de alguns dos atletas que caíram na água com ele para a disputa dos 50m borboleta no Campeonato Mundial, que está sendo disputado em Budapeste, na Hungria. Mas seu filho de verdade, o pequeno Nicholas, de um ano, é que estava na arquibancada para empurrar o "papai" para a medalha de prata no Mundial. Atleta mais velho de toda a competição, o brasileiro foi ao pódio ontem com o tempo de 22s79, apenas 0s04 atrás do britânico Benjamin Proud, que nadou para conquistar o ouro com 22s75. Fechou o pódio o ucraniano Andrii Govorov, com 22s84. O brasileiro Henrique Martins foi sexto, com 23s14.