Cedoc em Movimento encerra expedições

O projeto “CEDOC em Movimento”, iniciativa do Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi, encerrou a etapa das expedições fotográficas. Foram mais de 100 fotógrafos e amantes da fotografia que registraram cenas, poses e olhares de três dos principais pontos histórico-turísticos de Santa Bárbara d’Oeste.

A primeira expedição mostrou aos participantes, no espaço expositivo do CEDOC, documentos e informações sobre a fundação do município, um resumo acerca de Margarida da Graça Martins – fundadora da cidade – e curiosidades dos pontos históricos encontrados na Praça Central. 

Os expedicionários puderam, em campo, conhecer e visitar detalhes ricos da narrativa local, como o memorial de Dona Margarida, que guarda seus restos mortais, o busto do Cel. Luiz Alves, que dá nome à praça, e a arquitetura da Matriz Santa Bárbara, que preserva um cemitério sob suas edificações.

Já na segunda, os expedicionários conheceram um pouco mais da história da produção canavieira e da presença da cana-de-açúcar em Santa Bárbara d’Oeste. Por meio de uma visita guiada à Usina Santa Bárbara, os fotógrafos puderam transitar e registrar boa parte dos espaços da centenária edificação. Desativada em 1995, a unidade continua sendo um dos pontos de maior identificação do município barbarense, cuja economia cresceu basicamente em função da agricultura, notadamente, canavieira.

Por fim, no último dia 24, os entusiastas da fotografia reuniram-se, mais uma vez, no CEDOC da Fundação Romi. Desta vez para conhecerem um pouco mais acerca da história do tradicional bairro de Santa Bárbara d´Oeste e um dos mais antigos do município: o bairro Santo Antônio do Sapezeiro.

Segundo a Coordenadora do CEDOC, Sandra E. de Souza Barboza, no início do século XX Francisco Antônio de Godoy, sua esposa Ana Murba e seus filhos mudam-se do centro de Santa Bárbara d’Oeste para o sítio na época todo formado por cafezais. Em 1904 com o falecimento de Ana Murba, seu marido atendendo a uma promessa que a esposa havia feito por uma graça alçada, constrói no local uma capela em louvor a Santo Antônio de Pádua, pois era o santo de sua devoção. Construída de barrote e coberta de sapé, a capela deu origem à denominação do bairro de “Santo Antônio”, sapezeiro veio por causa da planta muito comum naquela localidade. Antes da construção da capela, havia alguns sítios naquela região, porém, uns distantes dos outros. O templo religioso motivou a construção de casarios ao seu redor e assim o bairro começou a se formar.

“A proposta das expedições do “CEDOC em Movimento” era oportunizar meios de os participantes estabelecerem uma conexão entre a história aprendida nos encontros, os pontos visitados e, in loco, a análise e a interpretação da evolução urbanística daquele território”, conclui Sandra. E, reitera que “as imagens captadas pelos fotógrafos, ao longo dessas três expedições, irão compor uma exposição histórico-fotográfica em comemoração aos duzentos anos de fundação da cidade de Santa Bárbara d´Oeste. A mostra circulará por uma série de pontos na cidade e demais municípios da região”.


PROGRAMA DE APOIO AO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO 

A Caixa e a Fundação Romi assinaram em abril do ano passado, o contrato que destina investimentos de R$ 200 mil para projeto de educação patrimonial, intitulado “CEDOC em Movimento”, com o objetivo de realizar ações educativas direcionadas aos educadores, aos estudantes e à comunidade de Santa Bárbara d’Oeste e região, beneficiando aproximadamente 35.000 pessoas até o fim de 2018.

O projeto foi selecionado no edital do Programa Caixa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro – 2017/2018, no qual concorreram propostas de instituições de várias regiões do país, sendo selecionados 13 projetos, representando um valor total de R$ 3 milhões com utilização prioritária da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O Programa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro tem como objeto a seleção de projetos de entidades museais que visem assegurar a democratização do acesso e a preservação do patrimônio cultural brasileiro. O processo de seleção é bienal e contempla projetos de funcionamento de instituições museológicas, tais como programas pedagógicos (ações de arte-educação, oficinas, palestras, cursos, visitas mediadas), programação de mostras de seu acervo permanente e mostras temporárias, dentre outros.