Cemitério do Campo de SB celebra 150 anos

Em nota, Fraternidade conta história da origem do Cemitério

O Cemitério do Campo, conhecido também como Cemitério dos Americanos, localizado em Santa Bárbara d'Oeste, comemora nesta sexta-feira, dia 13 de julho, 150 anos desde a sua fundação. Hoje em dia, o espaço é um local de visitação de turistas e estudantes do Brasil e do mundo, que desejam conhecer um pouco mais sobre o legado da única emigração da história dos Estados Unidos da América. Anualmente, a Fraternidade Descendência Americana realiza a Festa Confederada no local, preservando e divulgando a cultura estadunidense para milhares de visitantes. 

Em abril deste ano, foi realizada a 30ª edição da Festa Confederada no Cemitério do Campo. Atualmente, o presidente da Fraternidade Descendência Americana é João Leopoldo Padoveze.

Conforme informações da Diretoria da FDA, o Cemitério do Campo “é um marco vivo da única imigração em massa de estadudidenses para o Brasil e possui um valor histórico incalculável para a sociedade brasileira e para a nossa região. Lá estão enterradas pessoas que contribuíram significativamente para o progresso econômico, social e educacional do Brasil, cujos resultados são colhidos até os dias de hoje”. 

O presidente da FDA, João Leopoldo Padoveze, destacou sobre a data. “O Cemitério do Campo é o elo que mantém unido os descendentes desta imigração. Preservar a memória de nossos familiares é manter aceso os ensinamentos e valores passado por gerações. São as memórias que nos unem.Temos orgulho de preservar o que para nós é um local sagrado, uma representação de família e união. Ao visitar os túmulos de nossos entes queridos lembramos das palavras de amor e carinho e dos ensinamentos.Para nós o Cemitério do Campo não é um lugar de tristeza pela perda, mas de alegrias, por ter vivido momentos importantes com alguém amado e que se mantém vivo em lembranças e ensinamentos.Poder celebrar 150 anos é uma vitória e algo que nos enche de alegria”,disse. 

A origem 

A Fraternidade Descendência Americana sobre a origem do Cemitério do Campo divulgou o texto a seguir. Confira na íntegra: “A origem do Cemitério do Campo está atrelada com a imigração estadunidense promovida pelo governo monárquico brasileiro após a Guerra da Secessão nos Estados Unidos da América. Dentre os primeiros imigrantes a chegarem no Brasil, em meados 1865, está o Coronel Asa Thompson Oliver, oriundo do condado de Waller, Estado do Texas. Após alguns meses visitando alguns estados brasileiros, o Coronel Oliver adquiriu uma fazenda na região da cidade de Santa Bárbara d'Oeste conhecido até então como “Campo” e enviou correspondência para sua esposa Beatrice para que imigrasse com a família para o Brasil. 

Em 1867, durante a viagem para o Brasil a Sra. Beatrice contraiu tuberculose vindo a falecer em 13 de julho de 1868 na fazenda do Campo. Para a surpresa do Col. Oliver, o padre da cidade não permitiu o enterro da Sra. Oliver no cemitério municipal, que era de propriedade da Igreja Católica, pois a família não era católica e sim protestante. Sem alternativas, o Col. Oliver decidiu enterrá-la na própria fazenda. Sendo assim, o túmulo de sua esposa se tornou a primeira sepultura do local que tornaria-se o que é hoje o Cemitério do Campo. Dois anos depois, a tuberculose consome a vida da filha mais velha do casal e em 19 de abril de 1869, ela é enterrada ao lado da mãe. Contudo, é com o falecimento do pequeno Henry Bankston em 07 de julho de 1869,  o qual  também não pode ser enterrado no cemitério municipal, faz com que seus pais, imigrantes estadunidenses residentes na região, solicitem ao Col. Oliver a destinação da área para a criação de um cemitério. Assim, nascia o Cemitério do Campo, também conhecido como Cemitério dos Americanos.

Entre os anos de 1875 a 1954, foi a família Bookwalter a responsável pela manutenção do local. Em 1º de agosto de 1906, o então intendente municipal Thomas Alonso Keese, publica a Lei Municipal No 57, regulamentando o Cemitério do Campo. Em 1954, é fundada a Fraternidade Descendência Americana (FDA) que assume a responsabilidade de manutenção de toda a área do Cemitério do Campo. Em 1983, Ross Emory Pyles e sua esposa Maria Helena de Oliveria Pyles, doam a área do cemitério para a FDA.

O Cemitério do Campo é o local onde se consolidou a 1ª Igreja Batista do Brasil (10/09/1871), a 1ª Igreja Metodista do Brasil (20/08/1871) e a 1ª Igreja Presbiteriana da Junta de Missões dos Estados Sulistas dos EUA no Brasil (26/06/1870). Lá estão enterradas personalidades importantes da imigração, como Col. William H. Norris, responsável pelo agrupamento na região da cidade da Americana; Joseph Witaker, que introduziu o cultivo da melancia da variedade Cascavel da Georgia; Dr. Cícero Jones e Dr. Robert Cícero Norris, renomados médicos da nossa região da época e Jonh Dunn, o 1º fabricante e importador de implementos agrícolas.

Há também ilustres desconhecidos que, diretamente ou indiretamente, contribuíram para a criação e desenvolvimento de escolas  no estilo do padrão americano como a Universidade Mackenzie, o Colégio Piracicabano e UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba), a Universidade Federal de Lavras; as indústrias locais, como a indústria Têxtil Carioba, as Indústrias Romi, Nardini, Sans, entre tantas outras, como por exemplo, a estação de trem de Americana. Símbolo de um período, o Cemitério do Campo conecta o passado ao presente e fornece subsídios para a construção de um futuro melhor para todos!”. O Cemitério dos Americanos está localizado à Estrada dos Confederados, em Santa Bárbara d'Oeste, com acesso pela saída 136 da Rodovia Luiz de Queiroz a SP-304. As visitas devem ser agendas com a Fraternidade Descendência Americana pelo telefone: 3629-1800.