Jogos Regionais: superação e amizade no esporte

Atletas da ACD encontraram no esporte uma razão para superar seus obstáculos do dia-a-dia e trazer mais otimismo e bem estar em suas vidas

Os atletas ACD que competem nos Jogos Regionais que acontece em Santa Bárbara d’Oeste deram exemplo de superação e otimismo durante as competições. Atletas que com algum tipo de deficiência superaram seus limites e demonstraram que podem e devem ultrapassá-los em nome do esporte e da vida. 

Entre tantos atletas e tantos exemplos está ‘Mari’ e ‘Ceiça’. Duas amigas que encontraram no esporte uma razão para superar seus obstáculos do dia-a-dia e trazer mais otimismo e bem estar em suas vidas. As duas competiram ontem no Atletismo ACD representando Santa Bárbara d’Oeste e levaram medalhas e sorrisos pra casa.

Maria José Gonçalves de Almeida, conhecida como ‘Mari’, entrou para o atletismo em 2010 enquanto competia e jogava tênis de quadra. “Aconteceu tudo ao mesmo tempo. Enquanto eu me interessava pelo tênis de quadra surgiu o convite para o atletismo e eu me apaixonei. Desde lá tenho me empenhado a cada dia nesse esporte que só me traz felicidade”, afirma.

Em menos de dez anos, ela já coleciona medalhas e uma pré-convocação para os Jogos Paralímpicos em 2016. Em 2013 ela quebrou o recorde brasileiro e em 2015 participou do Open Internacional com a participação de mais de 590 atletas onde ela garantiu a segunda colocação na competição.

Os benefícios, segundo ela, são inumeráveis. “Minha qualidade de vida melhorou, tanto que hoje consigo empurrar a cadeira de rodas sozinha em alguns espaços lisos, pois não tinha tanta força em um dos braços e hoje me sinto uma pessoa bem disposta e bem com a vida”, disse.

Mari incentivou sua amiga Maria da Conceição Ferreira Fernandes, conhecida como ‘Ceiça’ a praticar o atletismo. “O entusiasmo dela é contagiante e através do esporte nos aproximamos ainda mais. Eu nunca tinha praticado nem exercício físico e hoje faço parte da equipe de atletismo ACD barbarense”, afirma.

Mesmo um período sem praticar, ela sentiu falta do esporte. “Eu olhava para as medalhas que havia conquistado e sentia uma enorme vontade de voltar aos Jogos Regionais. É uma competição diferente onde conhecemos muitas pessoas e ganhamos experiências de vida que levaremos pra vida toda”, disse.

Além da amizade, Ceiça também é incentivada pela família. “Eles me apóiam bastante, minha filha veio hoje assistir a competição e sente muito orgulho de me ver participando de eventos esportivos. É um sentimento de realização e de dever cumprido”, destaca.

Apesar das dificuldades quanto a mobilidade urbana no dia-a-dia e mesmo para os treinamentos no CSU (Centro Social Urbano), elas destacam o empenho da comissão técnica composta por Carlos Alberto Sachetto, Leandra Piveta e Paulo Ávila. “Temos uma equipe maravilhosa que nos incentiva a cada dia a superar nossos limites e que fazem a diferença. Hoje a dificuldade da inclusão acontece em todos os meios, por isso é uma luta diária e cada vitória é comemorada ao dobro”, disse.