Ontem o nadador barbarense Cesar Cielo Filho, o Cesão ,  comemorou 10 anos da conquista da medalha de ouro na prova dos 50 metros livre na Olimpíada de Pequim, com recorde olímpico -21s30. Todos se recordam da euforia do atleta ainda na piscina, com socos na água e mãos no rosto de emoção. No pódio durante o hino nacional ele não conseguiu conter o choro, e muitos barbarenses e brasileiros choraram com ele. 

Só que aqui em Santa Bárbara sua terra natal , não se programou nenhuma comemoração para o feito.Nem o clube que o revelou- EC Barbarense, nem a municipalidade. Inclusive desses 10 anos, esperava-se pela piscina que levaria o nome de Cielo, mas a mesma não teve sua obra concluída. Nem um monumento, uma placa foi colocada na cidade para marcar o feito e a conquista do nadador da cidade. 

Tava brincando 

Dez anos após a conquista do primeiro ouro olímpico do Brasil na natação, Cesar Cielo ainda sorri com o feito que colocou o seu nome na história do País. "Costumo dizer que estava brincando de atravessar a piscina o mais rápido possível e consegui fazer isso numa Olimpíada. Hoje, vejo que atletas olham para a seleção com a possibilidade de chegar lá também", conta.

Dono ainda de dois bronzes olímpicos, o barbarense  é considerado o maior nadador brasileiro de todos os tempos - tem também 17 medalhas em sete edições de Mundiais, sendo 11 de ouro. Olhando para o passado, ele fala com orgulho da sua carreira e deixa o futuro nas mãos de seu corpo. Sabe que a aposentadoria está perto, mas evita apontar datas. Aos 31 anos, o nadador aprendeu a lidar com o tempo e acredita que dar um passo de cada vez seja a maneira mais sensata de continuar brilhando nas piscinas.

"Estou levando temporada a temporada. Hoje, para ser bem sincero, não me vejo nos Jogos de 2020. Não faz parte dos meus objetivos na água. Mas estabeleci que, se conseguir um bom resultado neste ano e meu corpo permitir, vou para mais uma temporada. Então, com relação a 2020, zero promessa", explica Cielo, que ainda considera ter boas motivações para nadar.

Na próxima semana, o nadador vai disputar o Troféu José Finkel noo Esporte Clube Pinheiros na capital. Ele vai competir nos 50m e 100m livre, além de ajudar sua equipe no revezamento. O torneio vale como seletiva para o Mundial de Piscina Curta no fim do ano, em Hangzhou, na China.

Os resultados vão dizer como serão as próximas temporadas. "Sinto que ainda ajudo muito na piscina. Desafiar os meninos no treino, passar uma dica, uma correção. São coisas que eu gosto de fazer, com o Gabriel Santos, o Pedro Spajari e o Marcelo Chierighini. A gente fala e eles prestam atenção. Esse lado de mentor é diferente, acho bem gratificante", revela o nadador.