Família faz campanha para Felipe Augusto no Puskas
Família do jogador do Kercem Ajax mora no Mollon
A família de Felipe Augusto de Oliveira, 24 anos, que mora no bairro Mollon IV, em Santa Bárbara d´Oeste, faz campanha para o jogador concorrer ao Prêmio Puskas, dado pela Fifa ao autor do gol mais bonito da temporada. O jovem em janeiro marcou um gol do meio de campo que nem o rei Pelé conseguiu fazer.
Atleta do Kercem Ajax, disputa à primeira divisão do campeonato da Ilha de Gozo, em Malta, na Europa. Ele luta para ajudar o time a não ser rebaixado. No jogo do golaço, o meia Felipe Augusto ainda no campo de defesa, recebeu uma bola cortada pelo zagueiro e, com três toques, cortou o marcador, ajeitou e bateu de forma consciente encobrindo o goleiro rival, que estava a uma distância de mais de 50 metros. O jogo terminou 3 a 1, com direito a mais um gol de Felipe, dessa vez de pênalti.
Na segunda-feira (04/02), a mãe de Felipe Augusto, Elaine Cristina Zanetti e seus avós, Elisabete e Antonio Carlos, conhecido como Carlinhos, receberam a equipe do Diário, na casa da família, para falar sobre a campanha e a trajetória do jovem. A campanha consiste em divulgar a hashtag #FelipeAugustoNoPuskas. O sonho do jovem é participar do prêmio.
Segundo Elaine, Felipe nasceu em Americana. Com 4 anos, já jogava futebol nas escolinhas de base. Ela contou, ainda, que ele disputou vários campeonatos pela Seme (Secretaria Municipal de Esportes) de Santa Bárbara. Além disso, jogou na escolinha social do União Barbarense e no Lado Leste, no município barbarense. Na família o seu avó Carlinhos, foi jogador no time Cidade Jardim, em Americana. Tem também um tio que foi jogador de futebol, mas eles não seguiram carreira. “O Felipe é muito conhecido em Americana e Santa Bárbara”, disse a mãe.
Felipe teve passagem pelas categorias de base do Grêmio Barueri e do Internacional, antes de se profissionalizar no Juventus, da Mooca. Ele também jogou em clubes menores do interior de São Paulo, como União São João, Presidente Prudente e Grêmio Mauaense.
Foi no Foz do Iguaçu, no Paraná, que Felipe conseguiu mais uma chance. Jogou a primeira divisão do campeonato paranaense e, com a ajuda de um amigo, conseguiu que seu DVD chegasse às mãos dos clubes de Malta.
Durante sua trajetória, por um período, quando jogava em um time do interior de São Paulo, com salário atrasado, precisou vender balas em semáforos para conseguir se manter. Ele treinava no período da manhã e tarde, depois à noite fazia as vendas. Com o fim do campeonato, retornou para Americana e continuou vendendo bala por mais seis meses em razão de estar desempregado.
Segundo seus familiares, foi um momento muito difícil para o Felipe. Em razão dessa experiência, o jogador criou o projeto “Grão de Esperança” em que distribuía marmitas para moradores de rua. A iniciativa começou com a distribuição de oito e chegou até 30. Todas as quintas-feiras à noite o jovem fazia a distribuição das unidades. “O pouco que ganhava, corria no mercado comprar alimentos para fazer as marmitas”, relatou a sua avó.
Com o golaço, o trabalho de Felipe ganhou repercussão. Sobre o gol o jovem diz que foi um lance premeditado. Antes de começar o campeonato, já tinha comentado com um companheiro de seu time, que os goleiros de lá jogam muito adiantados e que até o fim da temporada faria um gol do meio de campo. Agora, a expectativa do jogador é de chegar ao Puskas para isso todo mundo compartilhando a #FelipeAugustoNoPuskas.