CEDOC traz informações de como foi a pandemia de 1918 em Santa Bárbara
Há pouco mais de 100 anos, mais precisamente em 1918, o
mundo também enfrentou uma pandemia, a Gripe Espanhola. No acervo do CEDOC da
Fundação Romi é possível revisitar o passado, conhecer, aprender e entender
como a cidade viveu este período, também conhecido como “Gripe de 1918”,
causada pelo vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou
milhões de pessoas, atingindo a população mundial.
A preocupação com vírus, os temores relacionados à saúde pública e a sua propagação foram assuntos abordados pela imprensa na época. Entre as mais de 200 mil páginas de jornais que fazem parte do acervo do CEDOC, destaca-se as edições do jornal “A Verdade”, que circulou de 1916 a 1920. Em um artigo publicado na edição de 17 de novembro de 1918, está a notícia “A epidemia”. A matéria destacou que na cidade foram suspensas as aulas das escolas e a prefeitura municipal divulgou por meio de boletins, os conselhos do Serviço Sanitário sobre a doença. Além disso, proibiu as visitas ao cemitério no dia de Finados e ainda: “faça isolar ou hospitalizar todos os passageiros precedentes de outras localidades em que esteja grassando a moléstia, a exemplo do que está fazendo em outras cidades do Estado”.
Antes, na edição do jornal de 27 de outubro de 1918, foi publicado um comunicado do prefeito José Gabriel de Oliveira com o “Conselho ao Povo”. Entre os cuidados indicados pelo prefeito estão: “Evitar aglomerações, principalmente à noite. Não fazer visitas. Tomar cuidados higiênicos com o nariz e a garganta. O doente, aos primeiros sinais, deve ir para a cama, pois, o repouso auxilia a cura e afasta as complicações e contagio. Não deve receber, absolutamente, nenhuma visita”. Ainda nessa edição a página 2 enumerou a forma para evitar a doença como: “Sair o menos possível das suas habitações das 6 horas da tarde às 6 horas da manhã. Não fazer visitas, nem ir a diversões. Adotar apenas a continência militar, deixando de apertar a mão. Lavar as mãos muitas vezes por dia, especialmente quando pegar em objetos vindos da rua, sobretudo o dinheiro”.
“O trabalho de transcrição das Atas da Câmara Municipal de Santa Bárbara, que está sendo realizado pela equipe do CEDOC, já que para leitura desses documentos é necessário familiaridade com a evolução de traçados, tipos e outros instrumentos da escrita, possibilitou acesso a como prefeito da época, José Gabriel de Oliveira e Souza, conduziu as medidas na cidade para evitar a contaminação”, explica a coordenadora do Centro de Documentação Histórica Sandra Edilene de Souza Barboza.