Setembro Amarelo: Pacientes recebem orientações online sobre prevenção ao suicídio

Setembro Amarelo é o mês dedicado à prevenção do suicídio. Nos últimos anos as pessoas estão perdendo cada vez mais suas características, deixando a tristeza ter grande participação em suas vidas e consequentemente, abrindo portas para os traumas, fobias e principalmente, a depressão. Doenças mentais agravadas, podem se manifestar de diversas formas, incluindo uma das mais cruéis, o suicídio.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo tem objetivo de divulgar a importância de pedir ajuda. O reconhecimento dos fatores de risco e dos fatores protetores é fundamental não só para quem acha que está tendo problemas relacionados à sua saúde mental, mas também se conhece alguém que está passando por alguma dificuldade.

Em Santa Bárbara d’Oeste é possível buscar ajuda de profissionais na Rede Municipal de Saúde. Segundo informações da Secretaria de Saúde, em Santa Bárbara é oferecido tratamento para usuários do serviço nos setores de Saúde Mental, além de acolhimento nas unidades e atendimento para os casos de urgência nos Prontos-Socorros.

Devido à pandemia, os pacientes vêm recebendo orientações online sobre medidas que podem ser tomadas para prevenir o suicídio e suas tentativas. Desde o início deste mês, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde conversam com os pacientes, por meio de aplicativo de mensagens que utiliza o número de telefone da própria unidade, ajudando a certificar o vínculo.

Para a psicóloga da Secretaria de Saúde, Magda Pastro, é preciso falar sobre suicídio de maneira responsável e com base em informações corretas. “Nosso município conta com uma rede de profissionais capacitados onde realizamos o acolhimento, o atendimento específico para cada caso e o acompanhamento desses pacientes”, explica.

Em virtude da quarentena do novo coronavírus, a profissional explica que o atendimento passou por adaptações. “O acolhimento, por exemplo, era realizado em grupo de quatro ou cinco pessoas e hoje, atendemos individualmente com todos os protocolos de higienização necessários. Em seguida, é necessário que o paciente tenha o equipamento eletrônico para as consultas online e um local (ou cômodo) onde ele possa falar isoladamente. Nossa rede de apoio e tratamento foi adaptada para que os pacientes não fiquem sem atendimento necessário”, destaca.  

No município são atendidos pacientes de todas as faixas etárias. “O primeiro procedimento para buscar ajuda é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência. Os pacientes serão encaminhados para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) onde receberão o atendimento específico e para cada faixa etária”, explica.

Pessoas que precisam de ajuda sobre questões ligadas à saúde mental nem sempre buscam por atendimento espontâneo, por isso a psicóloga alerta sobre a importância de familiares e amigos próximos. “Alguns sinais são perceptíveis, por isso devemos estar atentos as pessoas próximas. Em alguns casos titulamos como ‘morte lenta’, onde as pessoas se automutilam, fumam excessivamente, não se preocupam com a saúde, não se alimentam ou se isolam. É importante que saibamos compreender a importância do tratamento para prevenção ao suicídio, pois muito se fala em ‘falta de Deus’ ou na banalização de ‘quem quer se matar não fala’ e precisamos enfatizar que isso é um distúrbio. As pessoas que cometem suicídio, encontram na morte uma forma de se punir ou acabar com algum tipo de sofrimento, que na sua mente não tem solução. É fundamental que as pessoas consigam falar sobre o que sentem”, disse.

 SETEMBRO AMARELO

O Setembro Amarelo começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. Mike era um rapaz muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como "Mustang Mike". Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.

No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem "Se você precisar, peça ajuda.". A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio. Em consequência dessa triste história, foi escolhido como símbolo da luta contra o suicídio, o laço amarelo.