O prefeito de Santa Bárbara d´Oeste, Rafael Piovezan, na  semana passada, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário, para fazer um balanço dos 100 dias de governo. Durante a conversa, respondeu ainda alguns questionamentos sobre a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que tem sido um desafio da história recente.   Desde o início do ano foram ampliados os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Município. No início do ano, eram dez convencionais e agora são 15. Por sua vez, 20 de Covid e agora são 25.

Nos próximos dias, o Município trabalha para  a implantação de mais 19 novos leitos com respiradores entre o  Hospital Santa Bárbara e o Hospital de Campanha. Serão  implantados mais cinco leitos de UTI Covid, ampliando para 30 no Hospital Santa Bárbara.  Além disso, a implantação de mais 14 leitos com respiradores no Hospital de Campanha.  Hoje,  são nove com respiradores e vai para 23, além dos 24 clínicos na unidade de saúde.

Qual a situação hoje da pandemia em Santa Bárbara?

A situação é de controle, mas é uma situação grave. Nós estamos enfrentando uma situação grave de transmissão, uma curva de transmissão, ainda, ascendente.  Provavelmente, nós tenhamos, ao longo do mês de abril, a queda, tanto do número de novos casos  quanto  da utilização do número de leitos disponíveis, da disponibilidade de leitos. Nós vamos ter essa ocupação aí baixando, mas para isso é fundamental que as pessoas entendam que nós estamos enfrentando um desafio muito grave. A impressão que se tem é que nós vivemos hoje uma situação muito diferente da do ano passado, em termos da gravidade  da pandemia, no número de pessoas que estão agravando  quando acometidas pelo  coronavírus, do número de pessoas que, infelizmente, tem evoluído para óbito. Precisamos ter essa consciência, essa transparência em termos de comunicação entre as pessoas, pois é fundamental que o comportamento coletivo, tenha foco neste desafio que é comum de todos nós.  É um desafio de enfrentamento que depende da atuação de cada um.

A pandemia tem afetado as finanças da Prefeitura?  Houve queda na arrecadação?

Houve um impacto nas finanças da prefeitura, principalmente, motivado pelo grande dispêndio que tem até na compra de insumos, de materiais e nas contratações. Ano passado, teve os recursos do governo federal, ajuda emergencial para os municípios. Este ano, nós não tivemos isso. É fator importante, para que todos entendam do quanto nós estamos trabalhando, investindo para poder prestar o serviço da melhor forma possível, mesmo frente a um desafio grande, inclusive, econômico. O fechamento ainda não demonstrou se houve queda na arrecadação. Até porque tem que comparar alguns períodos que estamos analisando para entender se a arrecadação já tem esse reflexo de impacto da pandemia.

Uma das preocupações dos municípios é com compra de medicamentos e insumos, diante do grande consumo e procura, Santa Bárbara  tem se preparado para essa questão?

A verdade é que os insumos estão escassos no mercado há algum tempo. Santa Bárbara já fez a comunicação para o governo do Estado, já fez a aquisição de insumos, mas o que ocorre no país é o esgotamento de vários insumos que são utilizados no enfrentamento da Covid, por isso, a importação de medicamentos emergencial para atender todos os municípios no Estado de São Paulo. Nós temos conversado com a Secretaria de Estado para que tudo isso ocorra da melhor forma, por enquanto nós temos. O  município vem utilizando todos os insumos, sem ter desabastecimento até o momento. Importante que as pessoas entendam o quanto isso é difícil, o quanto a compra desses medicamentos está difícil, não é só para Santa Bárbara. O Estado de São Paulo está com dificuldade para aquisição desses equipamentos e dos insumos.

Como está a implantação da lei para publicação diária da lista dos vacinados contra a Covid-19?

Tem que ser feito um ajuste para colocar no sistema. A idéia é que a Secretaria de Saúde o mais rápido possível faça tudo isso. Estamos preparando  qual a melhor forma de disponibilizar no site da prefeitura.

O Senhor é a favor do tratamento precoce contra a covid-19?

Como cientista eu sempre me baseio nas pesquisas, naquilo que a gente tem comprovação dos cientistas. Entendo que os dados a respeito até da própria pandemia, que envolvem  não só o tratamento, mas todos os aspectos  relacionados ao coronavírus, eles ainda são escassos. Afinal, de contas a pandemia começou um pouco mais de um ano e apesar de ser muito tempo para nós que estamos vivendo tudo isso, em termos de pesquisa e de ciência é um tempo curto para ter todas as respostas. Acho que carece ainda desse tempo, de amadurecimento para ver quais são os métodos e tratamentos, que demonstraram eficiência mesmo, no enfrentamento do covid. Por outro lado, entendo que a relação paciente e médico, é uma intimidade entre os dois. Entendo  que a prescrição de um medicamento, é responsabilidade única e exclusiva do profissional médico e do paciente. Acho que esse é um debate, em minha opinião, que tem que ser feito, entre os profissionais médicos e as pessoas que recebem o tratamento.

Em outras cidades a cobrança da Zona Azul tem sido suspensa, em função da pandemia, o Senhor é favorável a essa medida?

Primeiro tem que fazer uma consulta na própria Acisb para ver qual é a opinião. Desde a implantação da Zona Azul o pressuposto sempre foi valorizar o comércio e escutar o que precisavam para que fosse cada vez mais pujante e tivéssemos uma estrutura melhor para o nosso comércio. Neste momento, o fundamental é escutar a representação dos comerciantes, que são as pessoas impactadas diretamente pela Zona Azul, o que acham. Bom ponderar que hoje nós temos uma restrição de atividades,  pese tem uma necessidade menor de utilização da Zona Azul, mas reforço a opinião deles é fundamental neste momento. Particularmente, acho que não faz muito sentido, pois tem que ter um  olhar para essa questão que, muitas vezes, muda de fase no Plano São Paulo a todo momento, tem fase que está aberto, fase fechado e isso é uma imprevisibilidade difícil de você colocar em funcionamento no contrato que tem de concessão.

A Prefeitura pretende ampliar ainda mais os leitos de UTI Covid-19?

Nós vamos passar a ter mais cinco leitos de UTI Covid. Estamos trabalhando para implantação dos novos leitos, para enfrentamento da pandemia. É bom dizer que se considerar antes da pandemia o município tinha oito  leitos de UTI, começo de 2020. Hoje, nós estamos com 40, sendo  15 convencional e 25 de Covid. Nós vamos passar a ter 30 leitos Covid.