Horto de Tupi comemora Centenário
O Horto de Tupi celebrou, ontem, dia 24 de janeiro, seu centenário em evento oficial, nas suas próprias dependências, realizado pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap), em conjunto com o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), a Fundação Florestal (FF) e a Associação de Moradores do Distrito de Tupi. Além da comemoração, houve plantio da árvore escolhida como símbolo do Horto, o pau-brasil. A programação especial, aberta à população, será encerrada com mais uma edição da Caminhada Histórica, que acontece no dia 28/01.
A história do Horto tem início em meados de 1920, quando o ramal ferroviário chegava na região de Piracicaba. Antonio Carlos Angolini, historiador do bairro, conta que por esforços do italiano José Basso, então administrador da fazenda Morro Grande, onde hoje é o Horto, percebendo a importância da ferrovia e de uma estação ferroviária, passa a trabalhar com as autoridades.
“Depois de muitas conversas, ficou acertado que se fosse conseguida uma área para fazer a estação experimental de algodão, de Piracicaba, a estação ferroviária seria construída. José Basso consegue, então, junto ao proprietário da fazenda Morro Grande, a doação. Não se sabe exatamente se ele doou tudo, se a Prefeitura comprou uma parte, mas uma grande parte da fazenda Morro Grande foi, de fato, doada para a construção da estação experimental. E a escritura pública acontece justamente no dia 24 de janeiro de 1923, oficializando a doação e o início do Horto”, conta o historiador. “É uma história que caminha junto. O distrito de Tupi existe porque criou-se o Horto. O Horto existe porque é inaugurada a estação de Tupi”, acrescenta.
O historiador Antonio Carlos Angolini destacou, ainda, que o Horto de Tupi é muito importante para Santa Bárbara d´Oeste. Ele informou que é um ponto de turismo, para realização de trilha, caminhada, andar de bike e outras atividades de lazer.
LEMBRANÇAS – A educadora ambiental Rosani Franco de Faria Novaes tem laços com o Horto há muitos anos. Atualmente, Rosani mora em Santa Bárbara com seu marido Gilson Novaes e familiares. E é a atual presidente da Apasb (Associação Pró-Ambiente de Santa Bárbara). “Minha família toda está ligada ao Horto de Tupi, desde meu bisavô materno, Elias Franco, que foi um dos primeiros funcionários do Horto, tendo ingressado em 1949, quando o Instituto Florestal passou a ser o responsável pelo Horto. Meu avô paterno, Benedito Faria, também foi um dos pioneiros da estação experimental. Meus pais, Alcindo de Faria e Lady Franco de Faria, foram funcionários do Horto por 35 anos, entre 1944 e 1983. Muitas das árvores que estão ao redor da casa de visitantes foram plantadas por meu pai, que também ajudou na construção do Lago Marcelo e do portal que existe até hoje”, lembra Rosani.
Os pais da educadora se casaram nas dependências da estação experimental, em 1954, que também foi o local onde ela viveu por 17 anos. “Nasci em 1957 e morei na casa de hóspedes, onde meus pais se casaram. E pela influência vivida, me formei em engenharia florestal na Esalq, em 1979, fiz mestrado em ecologia na USP e sou educadora ambiental desde 1985. Por isso, para mim, o Horto de Tupi, hoje, representa um local de refúgio , louvor e gratidão, de onde tenho minhas mais doces lembranças”, destaca.