Margarida vai à Escola: Conselheiras e guardas participam de capacitação para montar projeto de prevenção a violência doméstica
Conselheiras municipais, guardas civis e psicólogos de Santa Bárbara d´Oeste participaram de uma capacitação durante o dia todo no sábado (1º de julho), no Centro de Formação e Capacitação da Guarda Civil, no Jardim Pérola, para formatar um projeto que vai tentar prevenir a violência doméstica. Trata-se do projeto pioneiro e inovador “Margarida Vai à Escola”.
Estudantes na faixa de 10 a 12 anos serão os primeiros a ser contemplados com as aulas a ser ministradas por integrantes do CMDDM (Conselho Municipal de Defesa do Direito da Mulher) e por guardas civis do Projeto Anjo da Guarda da Mulher. Ainda não há previsão para o início das atividades.
Segundo a inspetora da Guarda Civil, Juliana Aparecida Tavares da Silva Rodrigues, projeto semelhante já foi implantado no Distrito Federal e Roraima, além de cidades no Estado de São Paulo.
A inspetora Juliana e a subinspetora Erika Fernanda Traldi também acompanharam projeto semelhante realizado em Suzano. O projeto será uma parceria do Conselho da Mulher com as Secretarias de Promoção Social, Segurança e Educação do município.
Inclusive, esse projeto de prevenção está amparado na Lei Municipal 3926/2017, de criação do projeto Anjo da Guarda da Mulher, que acompanha o cumprimento das medidas protetivas concedidas pela Justiça a favor das mulheres vítimas de violência doméstica, para evitar a aproximação dos agressores.
Os quatro temas principais serão: direitos humanos, igualdade de gênero, respeito com os colegas e violência doméstica. A intenção é que o conteúdo contemple informações sobre o que é a violência doméstica, os tipos de violência (física, psicológica, moral, sexual e patrimonial), sobre o perfil do agressor, medidas para evitar a violência, estratégias para buscar ajuda e canais de denúncia.
A proposta é que as aulas sejam incluídas na grade curricular da quarta e quinta séries do ensino fundamental e que sejam realizados dois encontros por tema, intercalados com atividades lúdicas, exibição de filmes, além de elaboração de desenhos e textos pelas crianças. No primeiro momento, a meta é atender as escolas municipais, e, dependendo do interesse, expandir às escolas estaduais e particulares.
“É um projeto que a gente vai buscar resultados a longo prazo, ou seja, a gente quer que as crianças que vivenciam a violência doméstica não se tornem, no futuro, as próximas vítimas ou os próximos agressores. Então, a gente quer trabalhar na questão da prevenção, que seria nessa fase da infância, que as crianças já estão presenciando e vivenciando, porém a gente vai começar a desmitificar algumas coisas e orientar, para que, no futuro, isso seja quase nulo, para que o trabalho da polícia, dos abrigos e das delegacias seja minimizado por conta dessa conscientização sobre o tema da violência doméstica”, ressaltou a inspetora Juliana.
DIREITOS HUMANOS
Além disso, a conselheira e advogada Fabiana Fernanda Facchine, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santa Bárbara, vai abordar com os estudantes noções sobre Direitos Humanos, como direito a vida, liberdade, igualdade, dignidade, lazer, educação, saúde pública, entre outros.
A advogada também abordará a desigualdade social e discriminação, além das instituições que podem ser acionadas quando esses direitos forem descumpridos. O ciclo da violência doméstica e os tipos de violência também serão abordados pela advogada.