Os dois estudos, referentes à utilização de malha ferroviária para transportes de passageiros na RMC (Região Metropolitana de Campinas), realizados pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) tem apoio de políticos e empresários de Santa Bárbara d’Oeste.
O assunto foi um dos destaques da 139ª Reunião dos Membros do Conselho de Desenvolvimento da RMC, que aconteceu terça-feira, na cidade de Nova Odessa. Na ocasião, o chefe do Departamento de Planejamento de Transporte da CPTM, Rodrigo Sartoratto de Alencar pediu a ajuda de prefeitos na elaboração, através dos questionamentos já enviados e que solicitam informações específicas de cada município, para servirem de subsídios aos estudos já efetuados pala Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos.
Iniciado em maio deste ano, a expectativa é que o estudo seja concluído entre julho e agosto de 2014. No encontro, o prefeito Denis Andia (PV), afirmou que as cidades da RMC não podem ser apenas trechos de passagem do trem. “Santa Bárbara d’Oeste, assim como vários municípios da região, tem o interesse na execução de uma malha ferroviária que permita a interligação das nossas cidades com a capital do Estado”, disse.
“Buscamos uma solidez destes estudos, mas ainda temos uma situação pouco palpável. É evidente que o transporte ferroviário se faz necessário nas regiões mais desenvolvidas do País há muito tempo”, acrescentou.
Ainda de acordo com o prefeito, as cidades da região aguardam um investimento no setor há tempos. “Acho muito difícil o aproveitamento da malha ferroviária existente, principalmente nos trechos onde não circulam os trens, como em Santa Bárbara d’Oeste. É necessário um investimento que resultará em modernidade, vanguarda e modernização do transporte da nossa região”, analisou.
O diretor local do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Nivaldo José Silva, comentou que Ciesp SP tem um trabalho voltado para reativação da malha ferroviária, tanto para fortalecer o transporte de carga como de passageiros. “A volta do estudo é uma ótima notícia. No caso de Santa Bárbara também ajudaria na locomoção das pessoas e evitaria grandes fluxos de veículos nos horários de pico, como na região do CSU (Centro Social Urbano). Tivemos recentemente uma paralisação em Cubatão, o que prejudicou inclusive as indústrias com a inviabilidade de se chegar ao Porto de Santos. Se existissem mais linhas férreas, o reflexo seria outro neste caso”.
Para o vereador José Luís Fornasari, o Joi (PPS), a reativação do ramal ferroviário deve ocorrer em Santa Bárbara d’Oeste, mas desde que não interfira nos bairros, ou seja, que o traçado seja alterado.
“Sou favorável por se tratar de um transporte barato, desde que não interfira na rotina dos bairros. A minha sugestão é que se faça um novo projeto para Santa Bárbara d’Oeste e que a linha férrea margeie a Rodovia dos Bandeirantes”.
Em sua visão e uma de suas lutas desde o primeiro mandato é que existam as duplicações de acesso onde existem as linhas férreas desativadas na cidade. “Tirando as linhas férreas, os moradores do Jardim Batagim, Jardim Icaraí, Jardim Conceição, Vila Lola, Jardim Santa Inês, Jardim Mariana, Vila Sartori, entre outros seriam beneficiados”, falou.
O parlamentar comentou ainda sobre a sua solicitação que deverá ser atendida em breve, a duplicação da passagem de nível que liga os bairros Vila Sartori, Jardim Mariana e Santa Inês sob o viaduto da SP-304 (Rodovia Luiz de Queiroz). “O acesso deverá contar com a duplicação e ainda com uma rotatória na Vila Sartori”.
O ramal ferroviário que liga Nova Odessa a Piracicaba, passando por Santa Bárbara d’Oeste, deixou de ser operado ainda pela Fepasa no ano de 1994, quando da desativação do transporte de passageiros.
No último sábado, parte dos trilhos pertencentes à ALL (América Latina Logística) foi retirada por funcionários da Secretaria de Obras para que a obra de duplicação do acesso à Vila Lola pela Avenida da Saudade, Vila Grego, continue.
Pelo projeto inicial divulgado, ao lado do acesso de 2,95m por 2,95m é aberto outro, de 3,90m por 2,95m, proporcionando maior facilidade no acesso de um bairro para outro. As intervenções na área complementam o projeto da nova ponte de concreto que liga os bairros Vila Lola e Jardim Augusto Cavalheiro. Como a travessia sobre o Ribeirão dos Toledos será
realizada em duas vias por veículos e pessoas, o novo acesso entre os bairros se faz necessário para que o trânsito na região ganhe melhor fluência.
Já o setor de comunicação da ALL informou que para remoção dos trilhos um projeto deveria ser enviado pela Administração Municipal e posteriormente aprovado. “A concessionária que administra a linha férrea na região informa que toda obra realizada na faixa de domínio da ferrovia deve ser previamente autorizada pela concessionária e pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Para obter esta autorização, é necessário que o município envie à ALL um projeto detalhado, que será analisado pela concessionária e pelo órgão regulador, observando-se os mais rigorosos critérios de segurança”.
Uma reunião entre as partes também foi citada pela assessoria de imprensa da ALL. “No dia 17 de maio, representantes da empresa e da prefeitura se reuniram para discutir o assunto. Até o momento, a empresa não recebeu o projeto da prefeitura. A empresa ressalta que notificará a prefeitura extrajudicialmente para recolocação dos trilhos e interrupção da obra e, caso não seja atendida, tomará as medidas judiciais cabíveis”.