A greve dos funcionários dos Correios da Região de Campinas segue nesta quinta-feira. Os trabalhadores decidiram paralisar as atividades na noite de terça-feira, em assembleia, promovida pelo Sintect Cas (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares de Campinas).

A paralisação atingiu parte dos funcionários de Santa Bárbara d´Oeste. Ontem, alguns se concentraram em frente ao CDD (Centro de Distribuição Domiciliar) do Município.

De acordo com o diretor sindical José Ivaldo Silva, a categoria optou pela greve, pois, diz que não adianta receber um aumento de 8%, mas, ter a mudança na gestão do plano de saúde. Atualmente, informou que o plano de saúde tem como gestor os Correios, contudo, tem um novo gestor, que para efetivar tem que ter aval dos trabalhadores dos Correios no acordo coletivo.

Além disso, diz que tem outros itens que querem negociar, entre eles mais contratações, por meio de concurso público; segurança contra assaltos e a entrega de correspondências pela manhã. Informou que em Santa Bárbara d´Oeste houve carteiros que desmaiaram devido o calor. Entre as demandas dos trabalhadores estão reposição salarial da inflação do período, aumento real e reposição de perdas desde 1994 até hoje.

Correios
Conforme nota enviada pelos Correios, nesta quarta-feira (18), 93,39% do efetivo dos Correios (116.244 empregados) está trabalhando normalmente, apesar de 28 sindicatos terem deflagrado paralisação por tempo indeterminado em 22 Estados do Brasil. O número é apurado por meio de sistema eletrônico de presença. A rede de atendimento está aberta em todo
País e todos os serviços estão disponíveis - com exceção da postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada nos locais com paralisação deflagrada.

No interior do Estado de São Paulo, hoje 94% do efetivo dos Correios está trabalhando normalmente. Na cidade Campinas, 80% dos empregados estão trabalhando nesta data. Na região metropolitana de Campinas (Americana, Artur Nogueira, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor , Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara D\'Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo), o percentual de efetivo trabalhando hoje é de 89%.

Em São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Norte e Bauru (SP), não há paralisação — o movimento foi encerrado na sexta-feira (13) e esses sindicatos assinaram acordo com a ECT.

Para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências, a ECT continua aplicando medidas do seu Plano de Continuidade de Negócios. Entre as ações estão realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana e deslocamento de empregados entre as unidades.

Julgamento
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou ontem a distribuição do dissídio dos Correios para julgamento, em data a ser definida, apesar de todo esforço da ECT para fechar um acordo com as entidades sindicais.

A proposta dos Correios, que já foi aceita por 5 sindicatos, compreende reajuste de 8% nos salários (reposição da inflação do período, de 6,27%, com ganho real de mais de 1,7%); reajuste de 6,27% nos benefícios; vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro e Vale-Cultura dentro das regras de adesão ao Programa implementado pelo Governo Federal.

Além disso, os Correios já asseguraram às representações sindicais que todos os atuais direitos dos trabalhadores em relação ao plano de saúde estão garantidos: manutenção dos atuais beneficiários (inclusive pais do empregado que já estão cadastrados), cobertura de procedimentos, rede credenciada, percentual de compartilhamento). Não haverá nenhum custo adicional, repasse ou mensalidade aos empregados.

A ECT também está avaliando a extensão dos testes de entrega matutina, hoje realizados em três Estados, e está finalizando a contratação do novo concurso público. O último concurso foi realizado em 2011 e mais de 19 mil novos trabalhadores foram contratados.