A Estação Cultural de Santa Bárbara d’Oeste realiza neste sábado, a partir das 14h, a primeira edição de 2014 do Cine Debate. Para abrir a programação, que é mensal, será exibido o documentário brasileiro Vou Rifar meu Coração, inspirado na música romântica homônima composta pelo cantor brega Lindomar Castilho.
Em 1981, ele assassinou com um tiro sua ex-mulher, a também cantora Eliane Aparecida de Grammont. Dirigido pela cineasta Ana Rieper, os 76 minutos tratam do imaginário romântico, erótico e afetivo brasileiro a partir da obra dos principais nomes da música popular romântica, também conhecida como brega.
Letras de artistas como Odair José, Agnaldo Timóteo, Waldick Soriano, Evaldo Braga, Nelson Ned, Amado Batista e Wando inspiram crônicas que retratam os dramas da vida a dois. O documentário foi selecionado para a mostra competitiva do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Em seguida, a integrante da Frente Feminista de Americana, Jaqueline Diniz, e a coordenadora da Câmara Temática de Políticas Públicas para Mulheres da Região Metropolitana de Campinas, Léa Amabile, discutirão com os participantes algumas reflexões.
Com o tema instigante “Quem ama, também mata?”, o debate vai explorar os aspectos culturais, sociais e econômicos que podem influenciar determinados comportamentos, inclusive os agressivos, na relação afetiva de um casal. As profissionais convidadas usarão os momentos de alegria, desafios e dramas vividos no documentário para estimular a reflexão do público sobre a força que a tradição regional exerce no cotidiano das pessoas.
De acordo com Léa Amábile, que também exerce o cargo de Gestora de Políticas para Mulheres de Americana, o Cine Debate deste sábado tem o objetivo de instigar os julgamentos do ser humano.
“A ideia central do encontro é dar a chance às pessoas de se expressarem, tanto em relação ao documentário, quanto aos seus universos particulares, conceitos e pré-conceitos. Espero que essas reflexões possam ajudar a entender os motivos que levam um indivíduo a tomar atitudes trágicas, com a sua vida e a do próximo”, afirma.
Ela acredita que as razões que podem levar alguém que ama a matar são semelhantes às relacionadas ao ódio. Na opinião da debatedora, o universo cultural, emocional, social e as influências que sofremos no cotidiano podem contribuir para uma ação extrema.
O Cine Debate anterior foi em novembro do ano passado e abordou o Dia da Consciência Negra. O filme Invictus contou a história do presidente eleito da África do Sul, Nelson Mandela (Morgan Freeman), na época em que o país sofria com o racismo e a divisão entre negros e brancos, em decorrência do apartheid.
Após a exibição houve um debate sobre o tema com o presidente da Associação Amev (Assistencial para Melhoria de Vida), Benedito Samuel Barbosa, conhecido como Dito Preto.