Alunos de Santa Bárbara protestam contra reforma do Ensino Médio
Autor da Notícia: Jornal Diário
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30 de setembro de 2016

Estudantes da Escola Estadual Profª Maria José Margato Brocatto realizaram, ontem, um manifesto pelas ruas de Santa Bárbara d’Oeste contra a Medida Provisória do Ministério da Educação, de Mendonça Filho, e do governo de Michel Temer. Com vários cartazes os alunos se concentraram na Avenida São Paulo.
“Essa reforma no currículo do ensino médio é um retrocesso para a educação e os alunos não vão aceitar. Já lutamos tanto para incluir matérias de reflexão social e acredito que essa mobilização ganhará ainda mais força, assim como aconteceu com os protestos e ocupações em unidades escolares que seriam fechadas com a reorganização escolar”, afirma Zenaide Onório, presidente da sub-sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
O protesto é contra a reforma do ensino médio que virá por Medida Provisória, estabelecer a partir de 2017 mais horas de aulas e menos disciplinas, com metade do curso montado pelo aluno. A reformulação tem o objetivo de evitar a evasão escolar e melhorar a qualidade. Com a nova proposta, a carga horária passa de 800 para 1.400 horas/ano, exigindo turno integral. O currículo, que hoje abarca 13 disciplinas obrigatórias, também sofrerá modificações.
Durante todo o primeiro ano e metade do segundo, o estudante seguirá aprendendo o básico de cada matéria, com base nos pilares que já norteiam o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio): Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Matemática. No ano e meio seguinte, porém, ele terá mais flexibilidade para priorizar assuntos que sejam da sua área de interesse para um futuro ensino técnico ou superior. Por exemplo: se o aluno quiser ser engenheiro, o programa aprofundará as disciplinas de Exatas.
A proposta enviada ainda prevê que 50% do currículo será obrigatório e comum nacionalmente; os outros 50%, ficarão a cargo dos sistemas estaduais, incluindo a formação técnica profissionalizante (como parte complementar às matérias). O texto em discussão, que repete em vários pontos o PL 6840/13 na Câmara, ainda apresenta mais temas transversais, como educação sexual, e a possibilidade de incluir uma terceira língua no currículo.
Para a Apeoesp, a reforma não avança na qualidade do ensino médio e significa retrocesso. “Devemos observar que há uma opinião generalizada na sociedade quanto ao ensino médio atual, no sentido de que ele carece de uma identidade para o jovem estudante, ou seja, na sua configuração atual este nível de ensino não atende às expectativas de quem deseja uma formação compatível com as necessidades do mundo do trabalho e para a vida”, disse em nota a presidente Maria Izabel Azevedo Noronha.