Cadeiras de rodas ocuparam, na manhã de sábado, algumas vagas de estacionamentos na Praça Central de Santa Bárbara d’Oeste. Para marcar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a APNEF (Associação de Pessoas com Necessidades Especiais e Físicas) mobilizou familiares e apoiadores da causa com objetivo de conscientizar a população a respeito das vagas de cadeirantes e outros direitos. De acordo com Nadir Amancio de Lima, a ação surtiu efeito em motoristas e pedestres. “Todos se comoveram com os cartazes e as vagas ocupadas. Sentiram na pele a dificuldade de estacionar na área central. Nossa proposta é justamente levar essa conscientização à todos, de que não são só cinco minutinhos”, afirma. O protesto foi realizado para marcar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 3 de dezembro como data oficial em 1998. O objetivo da comemoração é provocar a reflexão sobre as questões relacionadas à deficiência e buscar a inclusão dos deficientes na sociedade. Nadir disse que praticamente todas as vagas destinadas para estacionamento dos deficientes são ocupadas pelos motoristas. Segundo ele, falta respeito da maioria das pessoas, que ignoram os direitos dos deficientes e até mesmo o fato de que as pessoas com deficiência também podem, assim como todo mundo, ter carro. Maria Helena do Espírito Santo Floretino é mãe de um cadeirante. “A luta por direitos à acessibilidade deveria ser de todos. Ninguém sabe o dia de amanhã, não sabe o que pode acontecer, se algum familiar também pode precisar ou um amigo. É um direito de igualdade e são ações simples, todo mundo pode fazer a sua parte”, afirma. Segundo informações da Hora Park, empresa do grupo Estapar, concessionária da zona azul digital de Santa Bárbara d’Oeste, ao todo são 30 vagas de deficientes no comércio barbarense. “Essas vagas foram direcionadas por que são de mais fácil acesso, tem guia rebaixada entre outras funções. Sem contar que muitos idosos também utilizam, mas essas vagas são exclusivas”, disse Marlene Martins. Os cartazes chamaram a atenção de munícipes. “Achei muito interessante a idéia deles segurarem esses cartazes enquanto ocupam algumas vagas. Muitas vezes as pessoas se esquecem de olhar o próximo, de se preocupar com as dificuldades que um deficiente físico enfrenta pra transitar numa calçada, de entrar em prédios sem rampa, ou mesmo de não encontrar uma vaga próxima para estacionar”, disse Karine Castilho. A APNEF foi criada em 2012 e oficializada no ano passado. A associação foi formada por um grupo de amigos que lutam pelo pleno exercício da cidadania das pessoas com deficiência física. O objetivo é reunir pessoas com deficiência física atuando na implementação de medidas que visem obter melhoria em sua condição de existência para ampliação da assistência, reabilitação, amparo, capacitação profissional e direitos e deveres da sociedade para com o deficiente.